Quando o vírus circulava na China, podíamos pensar que era apenas uma gripezinha, como disse Bolsonaro. Em apenas quatro meses, a gripezinha se transformou em uma pandemia deixando milhares de mortos em todos os continentes. Não devemos desmerecer o COVID-19, devemos levar a sério suas consequências tanto sociais quanto econômicas. Não podemos deixar o medo nos levar à negação. Devemos encarar a realidade e fazer o possível e o impossível para tentar reverter essa situação.
Sim, a crise provocada pelo coronavírus será mais fácil para quem tem dinheiro, quem tem seu pé de meia. Mas, são em momentos como esses que precisamos mais do que nunca da capacidade de gerir dos nossos governantes. Infelizmente, o presidente Jair Bolsonaro não encara a realidade, prefere viver a ilusão do Trump. Por isso, venho a público repudiar suas ações.
Bolsonaro deve ser interditado, impedido de colocar em risco a saúde de milhares de brasileiros e brasileiras com seus pronunciamentos e decretos contraditórios à realidade. Ele não é onisciente e não tem capacidade técnica nenhuma para dizer o que é melhor para o país, tanto em quesitos médicos como em econômicos. Se a sua própria equipe está contra ele, porque devemos fazer o que ele quer?
O confinamento das pessoas terá consequências drásticas para a economia, mas pode salvar a vida de milhares de brasileiros e brasileiras, ricos ou pobres, jovens ou velhos, saudáveis ou doentes. Estamos vivendo uma situação devastadora por conta do COVID- 19 e o Brasil não é o único país a passar por isso, o mundo todo vive as consequências do coronavírus.
O nosso Brasil está em uma situação privilegiada, pois podemos evitar a contaminação desmedida como aconteceu em outros lugares, podemos evitar o colapso do nosso sistema de saúde, que já acumula muitos problemas; e podemos minimizar a perda de muitas vidas. O isolamento social, a limpeza adequada das mãos, a mudança de hábitos de higiene em todos os aspectos das nossas vidas e a quarentena dos doentes em suas casas, são métodos utilizados em outros países e que trás resultados para evitar o contágio.
A todos os nossos governantes, peço que tenham compaixão nas suas decisões. Esse é um momento para deixar um legado de união e concessão. Somos um Brasil desigual, com problemas sociais imensos e que pode piorar muito nessa crise. Cuide dos menos favorecidos, lhes dê a oportunidade de viver.
Se você pode ajudar o seu próximo, ajude. Uma cesta básica é muito para quem não tem nada. Deixe o egoísmo, o ego e a ganância para outro momento. Faça a sua parte, agora.
Sidney Lopes,
Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Maceió e Região Metropolitana do Estado de Alagoas (Sindspref)