Acordo entre servidores da prefeitura de Maceió e vereadores adia votação de projeto de reajuste salarial
Categoria que está em greve defende reajuste acima de 3%. Negociação garantiu que projeto só seja apreciado na câmara municipal após reunião de conciliação no Tribunal de Justiça.
Os servidores públicos de Maceió entraram em acordo com a Câmara de Vereadores, na tarde desta quarta-feira (14), para que a proposta da prefeitura que reajusta o salário da categoria em 3% seja temporariamente adiada até a reunião de conciliação mediada pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) que está marcada para a próxima semana.
A reunião que resultou no acordo se deu após os servidores municipais ocuparem o auditório da Associação Comercial, no bairro de Jaraguá, onde as sessões plenárias da Câmara acontecem temporariamente.
Em greve há quase um mês, os servidores municipais pedem reajuste de 15,41%, valor bem acima do 3% oferecido pelo poder executivo municipal.
A manifestação da categoria teve início com uma passeata que partiu do Clube Fênix Alagoana até a Associação Comercial e contou com cerca de 1.000 pessoas, de acordo com o sindicato. A ocupação durou cerca de duas horas.
“Conversamos com os vereadores e o que pedimos é que o projeto não seja votado hoje, já que aguardamos o início e a conclusão dessas negociações. Só queremos dialogar”, avaliou o diretor do Sindicato dos Servidores Público do Município de Maceió e Região Metropolitana do Estado de Alagoas (Sindspref), Sidney Lopes.
Negociação
Por meio de nota, a assessoria de comunicação da Câmara de Vereadores de Maceió informou que se comprometeu com a categoria a não votar a proposta da prefeitura até o resultado da reunião de conciliação com o Tribunal.
“Nos reunimos com o prefeito, mas o gestor foi taxativo em dizer que os cofres públicos só podem conceder o reajuste de 3%. Nos encontramos com os servidores e passamos para eles o que ouvimos. Fomos mais uma vez procurados e aceitamos a proposta de aguardar os demais posicionamos. Mas também dissemos que vai chegar um momento que não poderemos mais postergar a votação”, declarou o presidente da Câmara, Kelmann Vieira (PSDB).
Anteriormente, os sindicatos e movimentos trabalhistas também realizaram um ato no mesmo local, no dia 1º de agosto, quando foram retomados os trabalhos da Câmara após recesso parlamentar.
A greve dos servidores começou no dia 17 de julho. Eles querem no reajuste a reposição da inflação de 2014, 2015, 2016 e 2017, com retroativo de janeiro de 2018, mês da data-base, ainda conforme o Sindspref.
Entretanto, o Projeto de Lei (PL) encaminhado ao Legislativo pelo prefeito Rui Palmeira (PSDB) oferece 3%, sendo 2% pagos em agosto, com efeito retroativo de junho, e mais 1% em outubro.