Sindspref repudia suspensão do pagamento patronal do Iprev

Prefeito de Maceió quer suspender pagamento patronal do Iprev, ao mesmo tempo em que realiza contrato milionário de consultoria 

Fachadas das Secretarias Municipais | Foto: Pei Fon Secom/Maceió

A justificativa de que as contas do Executivo Municipal estão de mal a pior por conta da pandemia do Covid-19 é usada de forma desmedida pela Prefeitura Municipal de Maceió. A alegação só serve para deixar de pagar suas responsabilidades com os funcionários públicos, mas para realizar contratos milionários de consultoria a justificativa não é válida. Começou com a suspensão do pagamento do 13º dos trabalhadores e agora, um Projeto de Lei com regime de urgência foi enviado para a Câmara Municipal de Maceió na terça-feira (14) para suspender o pagamento patronal ao Instituto de Previdência Municipal de Maceió (Iprev).

O prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), pede a aplicação da Lei Complementar nº 173, de 27 de maio de 2020, que estabelece o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus SARS-CoV-2 (Covid-19). “Tal medida visa a assegurar o equilíbrio fiscal do município neste cenário de Calamidade Pública, mantendo-se a prestação dos serviços essenciais, assim como o pagamento regular da Folha dos servidores municipais, garantindo-se o sustento de milhares de ativos, aposentados e pensionistas”, explica a mensagem

O mestre em Economia e contador da Massayó Contabilidade, Diego Farias de Oliveira, observou um crescimento de 14,44% nas arrecadações do Município de Maceió em 2020, comparado ao mesmo período do ano passado.

“Neste exercício, até a presente data (08/07/2020) a prefeitura de Maceió arrecadou somente de Receita Corrente R$ 1.260.565.120,22, ou seja, mais de 1,2 Bilhões e em comparação com o mesmo período do exercício passado (de 01/01/2019 a 08/07/2019) entrou no erário municipal somente com Receita Corrente R$ 1.101.472.588,06”, revela Diego.

Além da crescente arrecadação, a Prefeitura só utilizou até esta quarta-feira (15) R$ 38.606.714,14, dos R$ 143.390.976,07 referente aos valores destinados ao enfrentamento da pandemia do Covid-19, em Maceió.

A diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Maceió e Região Metropolitana do Estado de Alagoas (Sindspref), repudia a forma como o Executivo Municipal está tratando os assuntos relacionados aos servidores públicos e exige dos vereadores, a fiscalização de tais atos, assim como um levantamento do erário público e a cobrança de estudos por parte dos gestores municipais, que justifiquem suas ações. Dizer por dizer não é base de nada. Enquanto isso, os trabalhadores acumulam perdas salariais, suspensão do seu 13º e aumento da alíquota previdenciária.

O Sindspref também está pedindo a intervenção do Ministério Público de Contas de Alagoas, por meio do Grupo de Trabalho Especial do COVD-19, para investigar as contradições dos atos relevantes a estas questões da Prefeitura Municipal de Maceió.

*presidente afastado por conta das eleições municipais

Sem dinheiro para pagar servidores, Prefeitura de Maceió fecha contrato milionário

Ministério Público de Contas de Alagoas investiga contratação de empresa de consultoria pela Secretaria Municipal de Economia de Maceió

Foto: Pei Fon

O Ministério Público de Contas de Alagoas está investigando a contratação de uma empresa de consultoria com sede em Goiânia (GO), no valor de R$ 10.000.000,00 para a prestação de serviços especializados de capacitação e assessoramento para recuperação de receitas, relativamente ao imposto sobre serviços de qualquer natureza – ISSQN, da Prefeitura Municipal de Maceió.

O contrato homologado pelo secretário Municipal de Economia, Feliipe Mamede, em meio a pandemia de Covid-19, no dia 29 de abril, vai contra o ato do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas (TCE-AL) nº 01/2020 art. 3º, §1º, “b” que se evite, durante a pandemia, contratos de caráter de consultoria.

O Grupo de Trabalho Especial do COVD-19, do MPC-AL, abriu Procedimento Ordinário (PO) solicitando informações da contratação da empresa A. DE SOUZA ASSESSORIA EMPRESARIAL – ME, a qual ganhou a licitação por meio do Pregão Eletrônico (nº41/2020). Feliipe Mamede tem cinco dias úteis para responder a solicitação e entregar a cópia integral do processo administrativo que resultou na contratação.

13º dos servidores públicos municipais

 

A desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento, da 14ª Vara Cível da Capital, determinou o pagamento do 13º dos servidores públicos municipais de Maceió, no mês do seu aniversário, no dia 25 de maio, mas até o momento a Prefeitura Municipal de Maceió não pagou.

O Executivo Municipal cometeu diversas improbidades no ato de suspensão da remuneração dos servidores, pois além de não realizar nenhum aviso prévio, fez de forma informal, não demonstrou a veracidade do impacto financeiro do município de Maceió e descumpriu a legislação municipal, artigo 1º da Lei nº 5.470/2005, que estabelece o pagamento do 13º no mês de aniversário do servidor público municipal.

*presidente afastado por conta das eleições municipais

Dia do Funcionário Público Aposentado

Os servidores públicos municipais, estaduais e federais estão sofrendo muitos ataques do governo Bolsonaro. Além dos trabalhadores ativos, os aposentados também estão na linha de frente das perseguições contra o funcionalismo público.  Uma prova disso é o pagamento da alíquota de 14% da previdência.

Muitos estados, inclusive Alagoas, incluiu os servidores aposentados no pagamento de 14% da sua remuneração mensal para a previdência, por meio da Lei Complementar nº 52/2019. Eles contribuíram todos os anos que trabalharam, e agora devem pagar pela corrupção dos políticos.

Não é justo! Trabalhador deve ser valorizado!

A todos os servidores públicos municipais de Maceió, saibam que nós estamos na luta pelos seus direitos!

*presidente afastado por conta das eleições municipais

Nota de pesar – Eng. Francisco Beltrão

É  com grande pesar, que a direção do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Maceió e Região Metropolitana do Estado de Alagoas (Sindspref) se despede do servidor público municipal, Francisco Beltrão, que faleceu no domingo (7), vítima da Covid-19.

Francisco era engenheiro civil e funcionário da prefeitura de Maceió, entre os anos de 1996 e 2000 foi diretor da SMCCU,  entre 2015 e 2018 ocupou o cargo de vice-presidente de Gestão Operacional da Companhia de Abastecimento de Água de Alagoas (Casal), foi produtor rural à frente do Engenho das Alagoas, e em abril deste ano, assumiu a direção do Serviço de Abastecimento de Água e Esgoto (SAAE) de Penedo.

Aos familiares e amigos, desejamos que Deus conforte seus corações, pois perdemos um homem trabalhador, dedicado, que semeou o bem por onde passou e que vai deixar muita saudade.

*presidente afastado por causa das eleições municipais 2020

Dia Mundial do Enfermeiro

Ser enfermeiro ou enfermeira sempre foi uma profissão para aqueles que se entregam de corpo e alma. Lidar com os problemas da saúde pública e privada sempre foi comum, mas atualmente está bem pior.  A pandemia trouxe mais um desafio e é necessário mais do que valorização por parte dos gestores públicos e privados. É imperativo o respeito ao trabalhador, que está na linha de frente do enfrentamento da covid-19.

O profissional de enfermagem deve ser dois, três e até quatro, durante horas de plantão para tentar atender a todos os doentes. e tudo isso com o temor de levar a doença para seus entes queridos e quando não, se afastar completamente para atender ao chamado da profissão, sem colocar em risco seus familiares e amigos.

Já são 12 mil afastamento de enfermeiros em todo o Brasil, acometidos com o coronavírus, e mesmo assim faltam EPI’s de ótima qualidade para todos, benefícios trabalhistas e um ambiente de trabalho com acomodações e limpezas essenciais.

Mais do que nunca precisamos que o atendimento a saúde seja valorizada!

A todos os profissionais, que carregam a luta de atender os doentes, parabéns pelo seu dia!

Sidney Lopes
Presidente do Sindspref

Dia das Mães e o covid-19

O Dia das Mães sempre é um dia de muita confraternização em família, seja iniciando no café da manhã, continuando no almoço ou terminando no jantar. O domingo sempre é comemorado com todo mundo junto, abraços e beijos aos montes.

Este ano, será diferente. O isolamento social nos impede de beijar, abraçar e nos manter todos juntos por um ótimo motivo: resguarda a saúde de todas as mães do Brasil.

Se alguém ainda não entendeu, o coronavírus está avançando e muito. Nosso País perde em gestores competentes para lidar com a situação, nosso sistema de saúde já está entrando em colapso, as pessoas acometidas pelo covid-19 ficam muitos dias doentes, tentando se recuperar, tentando respirar. Então se você preza pela saúde da sua mãe, da sua esposa, da sua filha, da sua avó. Fique em casa e só saia se for realmente necessário! Não visite ninguém, cuide da sua saúde e do próximo, esse será o maior sinal de respeito e amor que você poderá oferecer a todas as mães do Brasil.

Sidney Lopes,
Presidente do Sindspref

PL para enfrentamento do coronavírus desvaloriza servidor público

PLP 39/2020 foi aprovada na Câmara dos Deputados e proíbe reajuste salarial, concurso público, contratações, reestruturação de carreiras e concessão de progressões até 2022

O texto base do Projeto de Lei Complementar, referente ao Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus (PLP 39/2020) foi aprovado na Câmara dos Deputados, na noite de terça-feira (5) e o maior prejudicado foi o servidor público municipal, estadual e federal. O PL oferece uma ajuda de R$125 bilhões para os estados, o Distrito Federal e os municípios, para ações direcionadas ao combate da pandemia de SARS-CoV-2 (Covid-19), mas proíbe reajuste salarial, concurso público, contratações, restruturação de carreiras e concessão de progressões até o final do ano de 2021.

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Maceió e Região Metropolitana do Estado de Alagoas (Sindspref), Sidney Lopes, critica a forma como os políticos estão tratando o funcionalismo público e de como muitos sindicatos estão trabalhando contra outras categorias.

“Deveria existir uma união de todas as classes e não uma separação, pois essa situação está dividindo mais categorias do que resolvendo o problema. Isso não deveria acontecer, não deveria ser aprovado.  Todos os sindicatos deveriam estar brigando para esse texto não passar. Separar a classe, criar desunião entre os trabalhadores é tudo o que o governo do presidente Jair Bolsonaro quer e ele está conseguindo. Excluir algumas categorias, oferecendo maiores benefícios em prol da dificuldade de outros trabalhadores é errado”, expõe.

Os profissionais de saúde, limpeza pública e assistência social, membros das Forças Armadas, policiais federais, rodoviários federais, ferroviários federais, bombeiros militares, agentes socioeducativos, policiais penais, policiais legislativos, técnicos e peritos criminais, além de policiais civis e militares ficaram de fora das consequências do PL. Para Sidney Lopes, o texto base aprovado pelos deputados federais é muito discriminatório, pois desvaloriza o ofício de milhares de trabalhadores, que também estão sofrendo com os reflexos da crise derivada da pandemia.

“Cada servidor público tem o seu papel na sociedade e ele é muito importante para que a gestão pública funcione. Retirar benefícios, direitos e congelar salários só de alguns não é justo, nem em um momento de crise, nem nunca. Se os profissionais da saúde estão a frente desta guerra contra o coronavírus, eles estão desempenhando o seu papel, se fosse o setor administrativo, tenho certeza que eles também estariam a postos e fazendo o mesmo. Acho lamentável que alguns sindicalistas apoiem esta situação”, reflete Sidney.

Apesar de todo esse alarde em relação ao congelamento de salários, os servidores públicos, principalmente em Maceió, já sofrem com essa problemática, pois desde 2015 acumulam perdas salariais. Todo e qualquer aumento salarial depende da aprovação dos seus respectivos representantes do Executivo e o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, sinaliza a anos o reajuste zero, e tenta a todo custo retirar direitos e benefícios dos trabalhadores.

“Se os sindicalistas acham que podem lutar apenas por sua categoria sem pensar no todo, estão enganados, pois sem união não existe força e quando dependemos do Poder Judiciário para fazer valer a lei, sempre nos deparamos com juízes que apoiam o governo e vão contra o trabalhador”, ressalta Sidney.

Em 2019, não ocorreu nenhuma reposição salarial aos servidores públicos municipais de Maceió. O percentual de reposição salarial justa está em 21,03%, referente às perdas salariais de 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019.

Nota dos Municipais: Repúdio total ao congelamento dos salários de servidores

Nota dos Municipais: Repúdio total ao congelamento dos salários de servidores

A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT) e o conjunto das federações e sindicatos filiados repudiam a aprovação do congelamento de salários dos servidores públicos municipais, estaduais e federais e dos membros dos três Poderes até dezembro de 2021.

Prevista no Projeto de Lei Complementar (PLP) 149/2019, a suspensão do reajuste de salários por 18 meses foi negociada com o Governo Bolsonaro pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, relator da matéria, como contrapartida ao auxílio financeiro da União aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para mitigar os efeitos da covid-19.

Além de barrar aumentos, o PLP impede o crescimento na carreira, as progressões, as novas contrações e os concursos públicos. Prefeituras ficam ainda liberadas para não pagarem a contribuição patronal dos fundos próprios de previdência.

A única ressalva positiva, fruto da luta sindical, foi a exclusão dos servidores da saúde do congelamento. Também ficaram de fora, pelo lobby da bancada da bala, os profissionais da segurança pública e as Forças Armadas.

O resultado da votação, feita no sábado, 2 de maio, gerou revolta no movimento sindical dos servidores municipais, que considera que houve traição dos senadores. O acordão que levou à aprovação do congelamento dos reajustes teve o apoio de todas as bancadas, inclusive de partidos que sindicatos consideram aliados.

Para os servidores públicos, os estados e os municípios deveriam sim receber uma compensação financeira neste momento de crise, mas isso não poderia ser financiado com o sacrifício da classe trabalhadora.

Os reais privilegiados, como ricos e super ricos, o alto escalão do judiciário e os próprios senadores permanecem intocáveis. Só com a taxação das grandes fortunas, o Brasil poderia arrecadar pelo menos R$ 116 bilhões. O impede que a desigualdade seja definitivamente combatida neste momento?

O que o Senado fez foi aplicar mais um golpe contra os trabalhadores do país, que vêm sendo sistematicamente atacados. As reformas trabalhista e previdenciária e outras medidas de destruição de direitos vêm contribuindo para o aniquilamento econômico brasileiro e deixaram a população ainda mais frágil neste período de pandemia.

Mas ainda há tempo de barrar esta medida cruel e vil. O texto aprovado no Senado deve voltar para a Câmara de Deputados. Diante disso, o movimento sindical vai manter a pressão contra as medidas que caçam direitos.

É preciso que cada servidor público deste país pressione os deputados, contactando por e-mail e telefone e ocupando as redes sociais dos parlamentares para impedir que essas medidas nefastas prosperem.

Não se trata de uma batalha fácil. Depois de ter visto naufragar a tentativa de cortar o salário dos servidores públicos, Bolsoanro e Guedes estão jogando pesado para aprovar esse pacote de maldades.

É hora de unidade na luta. É preciso enfrentar inclusive os traidores de partidos de ideologia trabalhista que se colocaram a favor do plano Guedes.

Mais do que nunca, os servidores precisam convencer a sociedade, que tem acompanhado e exaltado o exímio trabalho que vem sendo realizado pelos trabalhadores públicos para conter a pandemia do coronavírus, a resistir conjuntamente.

É hora de salvar vidas e defender a renda, o trabalho de decente e os direitos dos servidores públicos.

Contra o retrocesso, contra o arbítrio e contra a opressão permanecemos em luta!

Assinam:

FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES DA ADMINISTRAÇÃO E DOS SERVIÇOS PÚBLICOS MUNICIPAIS DO ESTADO DE ALAGOAS – FETAM/AL
FEDERAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DO ESTADO DA BAHIA – FETRAMEB
FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES NO SERVIÇO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ – FETAMCE
FEDERAÇÃO ESTADUAL DOS TRABALHADORES EM ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS MUNICIPAIS DO ESPÍRITO SANTO – FETAM/ES
FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DO ESTADO DO MARANHÃO – FETRAM/CUT-MA
FEDERAÇÃO SINDICAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES MUNICIPAIS DO ESTADO DE MINAS GERAIS – FETAM/MG
FEDERAÇÃO DE SINDICATOS DE SERVIDORES E SERVIDORAS PÚBLICOS MUNICIPAIS DO ESTADO DO PARANÁ – FESSMUC PR
FEDERAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE PERNAMBUCO
FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES NOS SERVIÇOS PÚBLICOS MUNICIPAIS DO ESTADO DO PIAUÍ
FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL DO RIO GRANDE DO NORTE – FETAM/RN
FEDERAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DO ESTADO DE RONDONIA – FETRAM RO
FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES MUNICIPAIS DE SANTA CATARINA – FETRAM SC
FEDERAÇÃO DOS SINDICATOS DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DO ESTADO DE SERGIPE
FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES DA ADMINISTRAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL NO ESTADO DE SÃO PAULO – FETAM/SP

Carta aos deputados contra o congelamento de salários de servidores públicos

Confetam orienta entidades a pressionarem a Câmara dos Deputados, com vistas a derrotar medida que barra reajuste dos salários de servidores públicos

Escrito por: Confetam

Exmo(a). Sr(a). Deputado(a),

A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), entidade máxima de representação dos servidores públicos municipais em nível nacional, reunindo 18 federações estaduais, 825 sindicatos e 1,3 milhão de trabalhadores na base, solicita que os deputados e as deputadas federais brasileiros eliminem do PLP 149/2019 a previsão de congelamento de salários dos servidores públicos municipais, estaduais e federais e dos membros dos três Poderes até dezembro de 2021, assim como retirem do texto o impedimento do crescimento na carreira, das progressões, das novas contrações e dos concursos públicos.

A compensação financeira para estados e municípios neste momento de crise é necessária e urgente, mas não pode ser financiada com o sacrifício da classe trabalhadora. Os reais privilegiados pelo Estado, como ricos e super ricos, permanecem intocáveis, enquanto trabalhadores, públicos e da iniciativa privada, são sacrificados. É um absurdo que o Governo e o parlamento não enxerguem as contradições destas decisões.

Os servidores públicos vêm, nos últimos anos, sofrendo grandes reveses. Muitas carreiras não têm reajuste há pelo menos dois anos e a maioria teve suas previdências sucessivamente reformadas. Sem reposição salarial e com a alíquota de contribuição previdenciária sendo elevada constantemente, os funcionários públicos sofrem com a perda do poder de compra e o achatamento salarial há anos.

Ao mesmo tempo, são estes profissionais que atuam neste momento de crise de saúde na linha de frente de combate à pandemia. Será mesmo que impor os custos desta situação aos funcionários públicos é a melhor saída?

Apelamos para que a Câmara não repita o erro do Senado e rejeite medidas nefastas como estas. É hora de salvar vidas e defender a renda, o trabalho decente e os direitos dos servidores públicos.

Mas, caso os “representantes do povo” persistam na implantação deste severo golpe contra o funcionalismo, denunciaremos o nome de cada um e cada uma, com o objetivo de dar fim à carreira política dos traidores da classe trabalhadora.

Contra o retrocesso, contra o arbítrio e contra a opressão permaneceremos em luta!

Saudações sindicais,

Direção da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT)

Fortaleza/CE, 03 de maio de 2020

Contra a exploração do trabalhador

O Dia do Trabalho vai além de qualquer comemoração das conquistas trabalhistas, é um símbolo de união contra a exploração dos trabalhadores. Esse ano, as ruas não estarão tomadas por trabalhadores e trabalhadoras, pois o isolamento social é necessário. Mas tenham certeza, que por parte dos sindicatos, a nossa luta principal não será calada, não será esquecida e muito menos desmerecida. 

Neste momento, todos os trabalhadores devem se unir na internet, nas redes sociais contra a perda dos seus direitos, de seus valores, de sua dignidade. E devemos denunciar!

Denunciar a indiferença dos grandes empresários, que encheram seus bolsos com empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e hoje, querem demitir seus funcionários ou reduzir seus salários, pois seus lucros não são os mesmos.

Denunciar os governos municipais, que colocam seus profissionais da saúde para trabalharem em postos de saúde sem o mínimo de condições sanitárias essenciais para combater a transmissão do covid-19. E mesmo, “matando a cobra e mostrando o pau”, são desqualificados pelos secretários de Saúde.

As administrações de hospitais públicos e privados, que deixam técnicos de enfermagem descansarem no chão, por falta de acomodação necessária. Da mesma forma, colocam outras dezenas de profissionais em quartos amontoados.

Hoje, os profissionais da saúde, estão literalmente trocando a sua saúde e a da sua família para que outras pessoas fiquem bem. Em troca recebem a suspensão do seu 13º por parte da Prefeitura de Maceió, ou o aumento da alíquota em 14% na sua previdência por parte do Governo de Alagoas.

Em meio a tudo isso, os profissionais da educação também são prejudicados. Trabalham horas a fio, devido a cobranças de escolas públicas ou particulares para fazerem tudo online, enquanto outros que não podem realizar suas atribuições são cobrados, que criem relatórios de teletrabalho para que seus salários não sejam cortados. (Tudo para já, para ontem)

Até quando, vamos ficar submetidos a ganância dos políticos, que usam de atribuições de calamidade pública para cortar salários, cortar direitos, encher o bolso de seus afiliados políticos, e sem perder absolutamente nada! Cadê que eles usam o dinheiro do fundo político e partidário para o enfrentamento da crise? São quase 3 bilhões de reais. Onde está a sensibilidade em cortar seus salários e benefícios, já que nenhum precisa se deslocar para seus trabalhos?

Vivemos em um Brasil de políticos indiferentes aos problemas da população, enquanto o povo mendiga dinheiro em filas quilométricas durante uma pandemia com necessidade de isolamento social, o presidente Jair Bolsonaro desdenha as famílias que perderam seus entes queridos.

A crise sanitária também mostra a crise política e social em que vivemos, o egoísmo, a falta de equidade perpetua as diferenças, e nessa história quem se prejudica são os trabalhadores e trabalhadoras, que se percebem sem emprego, sem renda e sem perspectiva.

Sidney Lopes,
Presidente do Sindspref